Vinicius Expedito

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12/06/2009

Não só de sonhos e palavras...

Eu queria escrever uma poesia
que não falasse de lágrimas,
nem só de sonhos.
Que pudesse dizer mais que palavras...

Uma espécie de canção que falasse de mulheres:
Silvia, Suzana, Carolina, Cassia...
E assim, sendo de mulheres,
pudesse exprimir a ternura consoante das mulheres.

Palavras não se prestam a esse tipo de canção. Não existem. Se perdem.

Eu queria escrever letras que fossem poesia...
Que pudessem transmitir o amor consoante das mulheres.
Amanhã!! Quem sabe amanhã?? Quem sabe?...

Quem sabe não se inventam amanhã palavras,
em que eu pudesse dizer o amor consoante das mulheres,
a ternura simples das mulheres.
(Palavras maiores que palavras.)

11/06/2009

Cantata por Amélia

Amâncio não se dava conta do retorno de Amélia.
Nem havia consentido as horas de sua partida.

Entre os últimos momentos daquela noite de amor
e os primeiros raios de seu dia,
sons de estrelas não importunaram mais.

Saudades de Amélia?
Quisera.
Mas não tivera.

Loucuras por Amélia?
Fizera.
Mas não quisera.

Ciúmes de Amélia?
Tivera.

Amâncio não havia se dado conta do amor de Amélia.
Tampouco da vida sem Amélia.

Entre os gélidos suspiros do amor de Amélia,
e os abraços da despedida de Amélia,
o sono do amor só de Amâncio, não quisera o de Amélia.

Amor sem Amélia?
Pudera.
Mas não tivera.

Pudores de Amélia?
Tivera.
Mas não dissera.

Retorno de Amélia?
Quimera.

Amâncio não era senhor sem Amélia.
Tampouco esperava não ter Amélia.

Entre as páginas da cama de Amélia
e os últimos sussurros do amor de Amélia,
pintou sua carne sem Amélia.

Horrores de Amélia?
Dissera.
Mas não fizera.

Prazeres com Amélia?
Fizera.
Mas não pudera.

A vida sem Amélia?
Espera.



(maio de 2003)