Vinicius Expedito

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03/02/2010

memória 3: a memória semântica

A todo momento e lugar, somos bombardeados por informações e vivências que nos atingem por todos os sentidos. Audição, olfato, tato, visão, gustação, etc, estão ativados o tempo todo, inclusive enquanto dormimos, inclusive enquanto ainda estamos no útero. Assim podemos tentar entender a memória semântica: os sentidos agem em conjunto; uma sensação visual de prazer - uma imagem bonita, por exemplo - pode estar associada a um momento de clima agradável, com uma música agradável. Naquele momento, a música, a imagem, o clima irão se associar como memória e ser armazenados como memória semântica.
Semântica como?
Como no significado da palavra semântica: uma associação de conceitos que permite um conceito maior, um significado. Por isso vemos os livros de línguas cheios de figuras. Ao ver uma caneta no livro, lemos a palavra pen e ouvimos alguém dizendo "pen". Estamos usando mais de um órgão dos sentidos para entender e memorizar a palavra. O seu significado será formado pelo seu som, sua imagem, suas letras. Assim memorizaremos a palavra de uma maneira mais completa, mais fácil de ser reconhecida. Se ouvimos repetidamente uma língua e a treinamos, por exemplo, os órgãos trabalharão para formar um conjunto - uma semântica - que englobará o som, a imagem, o local, etc. Ou seja, ao ouvir algo não memorizaremos somente pela audição, mas também pelo lugar que ouvimos, como nos sentíamos ao ouvir e por aí vai...
Resumindo... a memória semântica é uma espécie de associação de memórias de vários tipos, que nos permitem compor o significado de algo...
Em outro exemplo: geralmente nos lembramos onde estávamos quando presenciamos um evento marcante. Isso ocorre porque associamos as emoções que sentimos ao local onde estamos e isso é memorizado em conjunto...

31/01/2010

3: pequeno glossário de memória

Memória de curto prazo: é a memorização que dura de segundos a minutos e depende de partes do encéfalo que também são responsáveis pelas emoções tais como o hipocampo e a amígdala. É extremamente importante visto que a partir dessas regiões acontece a consolidação ou fixação da memória. Essas regiões se conectam com outras regiões corticais onde a memória é armazenada no longo prazo. Resumindo, o hipocampo, a amígdala e outros núcleos armazenam a memória por algum tempo e enviam neurônios para locais de armaazenamento mais duradouro (dias, anos...).

Memória longa ou duradoura: como o nome já sugere, é a memória armazenada por períodos mais longos e de forma mais fixa. O principal local do cérebro responsável por essa função é o chamado córtex pré-frontal.





Memória anterógrada

Memória retrógrada...

Memória semântica

Sensorial

Operativa

Aquisição

Memória declarativa (explícita): grosso modo, seria saber que algo se deu. Ex: lembrar nomes, números, imagens, etc. É uma memória consciente.

Memória não-declarativa (implícita): como isto se deu. Ex: andar de bicicleta, caminhar. É uma memória insconsciente.


Consolidação ou fixação

Evocação

Hipomnésia anterógrada

Hipomnésia retrógrada

memória 2...

Em uma analogia bem simples o memorizar pode ser entendido como o funcionamento e o armazenamento da memória no computador. Óbvio que guardadas proporções, complexidade, velocidade, etc. No cérebro e no sistema nervoso como um todo, as vivências, as experiências, os significados são transformados em impulsos e proteínas que servem de memória, são movimentados entre uma região e outra, fixados e são gerenciados o tempo todo. Essa analogia é simples porque o computador é meramente um imitador disso.



Para facilitar o entendimento da memória, vamos dividi-la entre uma curta, que dura de poucos segundos a minutos, a uma memória chamada longa ou duradoura que geralmente persiste. Fisiologicamente, a diferença básica entre as duas, é que a memória curta ocorre especialmente através de modificações elétricas e incrementos da liberação de neurotransmissores em sinapses já formadas; a memória longa se baseia em criações de novas sinapses, aumento da interação entre neurônios pelo crescimento neuronal, produção de proteínas e outras alterações mais duradouras. Essas duas formas de memória são um exemplo da chamada plasticidade neuronal, em que os neurônios alteram sua forma e funcionamento para produzir memória.

Vamos complicar um pouco mais... rsrs Aliás, tentar descomplicar...

Quero me deter na plasticidade. Muito tem sido estudado sobre plasticidade de neurônios através do modelo de um molusco marinho de nome científico Aplysia californica.


Aplysia californica


A Aplysia habita as águas do Golfo do México e pode medir até 75 cm. Está especialmente presente no estudo de neurosciências devido ao seu sistema nervoso simples. Possui um número reduzido de neurônios fáceis de identificar, grandes, e muito úteis ao estudo da memória. A memória da aplisia é considerada um modelo: esse molusco tem capacidade de memorizar de várias formas, que podemos chamar de sensibilização, habituação e condicionamento clássico e operativo. A sensibilização e a habituação podem ser entendidos, por exemplo, ao se sensibilizar a aplisia com estímulos táteis em neurônios da pele que memorizam esses estímulos e se habituam a provocar um reflexo de fechamento mais rápido de suas guelras e de seu sifão. Esse é um reflexo defensivo, aprendido e aperfeiçoado pela memória.

Ainda espero estar descomplicando a memória! Prometo um próximo post mais leve... rsrs Fiquem à vontade para fazer perguntas... se eu puder explicar.. rsrsr