Vinicius Expedito

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11/06/2009

Cantata por Amélia

Amâncio não se dava conta do retorno de Amélia.
Nem havia consentido as horas de sua partida.

Entre os últimos momentos daquela noite de amor
e os primeiros raios de seu dia,
sons de estrelas não importunaram mais.

Saudades de Amélia?
Quisera.
Mas não tivera.

Loucuras por Amélia?
Fizera.
Mas não quisera.

Ciúmes de Amélia?
Tivera.

Amâncio não havia se dado conta do amor de Amélia.
Tampouco da vida sem Amélia.

Entre os gélidos suspiros do amor de Amélia,
e os abraços da despedida de Amélia,
o sono do amor só de Amâncio, não quisera o de Amélia.

Amor sem Amélia?
Pudera.
Mas não tivera.

Pudores de Amélia?
Tivera.
Mas não dissera.

Retorno de Amélia?
Quimera.

Amâncio não era senhor sem Amélia.
Tampouco esperava não ter Amélia.

Entre as páginas da cama de Amélia
e os últimos sussurros do amor de Amélia,
pintou sua carne sem Amélia.

Horrores de Amélia?
Dissera.
Mas não fizera.

Prazeres com Amélia?
Fizera.
Mas não pudera.

A vida sem Amélia?
Espera.



(maio de 2003)

Um comentário:

  1. "É somente nas misteriosas equações do amor que toda lógica ou razão poderão ser encontradas..."
    John Nash, em "Uma Mente Brilhante"

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